Como a economia do país afeta a advocacia?

Como a economia do país afeta a advocacia?

Afinal, a economia do país afeta a advocacia? Para responder a essa pergunta podemos pensar em vários elementos da realidade. Primeiramente, deve-se pontuar que o mercado advocatício, como qualquer outro mercado, é afetado por oscilações de variáveis econômicas, como nível de renda da população, gastos do governo, níveis de desemprego, inflação, entre tantas outras.

Logo, podemos dizer que sim, a economia do país afeta a advocacia. Por outro lado, há de se destacar que em diferentes contextos econômicos, incluindo cenários de grandes “turbulências”, vários ramos da advocacia apresentaram franco crescimento. Isso porque a crise de alguns setores da economia pode representar o surgimento de novas oportunidades. Tome como exemplo o fechamento de empresas, que passa a demandar o serviço de bancas de advogados especializadas em recuperação judicial e falências.

No post de hoje, vamos apresentar em maiores detalhes essas e outras considerações sobre como a economia do país afeta a advocacia. Acompanhe!

Retrospecto de anos recentes

Até 2014, ano em que a economia brasileira entrou em recessão, tivemos um período de relativa bonança. Os anos anteriores foram marcados por economia em pleno emprego, crescimento do PIB, grandes aportes de investimentos estrangeiros e superávits da balança comercial.

Esse cenário fomentou o surgimento de um clima de negócios muito positivo para o mercado advocatício. A taxa de crescimento dos escritórios superou a de vários segmentos, sendo possível observar essa expansão e o aumento do volume de negócios em todas as regiões do país.

Cenário econômico atual

Diferentemente do cenário econômico descrito no tópico anterior, o que se vê desde 2014 não é nada animador. Desindustrialização, encolhimento do PIB por 2 anos consecutivos, elevados índices de desemprego e déficits nas contas públicas são apenas alguns dos problemas que nos acometeram.

Nesse contexto, é inevitável que o advogado tenha que lidar com uma questão quase que inescapável para qualquer negócio: a inadimplência. Afinal de contas, com desemprego, queda no nível de renda e baixa no faturamento das empresas, é de se esperar que problemas dessa natureza venham a acontecer. Somado a isso, outro risco a ser gerido é a extensão de pagamento de honorários. Sob a justificativa de que faltam recursos, muitos clientes pedem condições especiais para proceder com pagamentos.

Riscos e oportunidades no atual cenário

Como já destacado, cenários de crise reservam não somente riscos, mas também oportunidades. Nesse sentido, vamos apresentar duas mudanças recentes ligadas direta e indiretamente a economia que mudaram o panorama da advocacia.

Reforma trabalhista

Na esteira de mudanças patrocinadas pelo governo e pelo Congresso Nacional para tentar reanimar a economia, tivemos a aprovação da chamada reforma trabalhista, lei 13.467 de 2017. Entre outras disposições, a nova regulação trouxe alterações significativas ao trabalho de advogados que atuam nesse setor. Isso porque a lei prevê que o trabalhador que teve pedidos negados no âmbito de uma ação na justiça do trabalho, ainda que outros pedidos tenham sido deferidos, deverá arcar com os honorários do advogado da empresa relativos àqueles pedidos considerados improcedentes.

Para efeitos práticos, tal condição representa um grande desincentivo para que empregados movam ações contra seus empregadores. Afinal, se antes um pedido na justiça negado não acarreta nenhum ônus para parte autora, agora, corre-se esse risco.

E como consequência disso, o que se vê desde que a lei foi sancionada pelo então presidente Michel Temer é uma queda brusca nas ações na justiça do trabalho. Consequentemente, advogados que atuam nesse ramos vem sofrendo uma queda brusca na demanda absorvida por seus escritórios. Para se ter uma ideia de quão crítico isso pode ser, a JusBrasil estima que cerca de 50% dos advogados acompanhava até 2018 alguma ação trabalhista. Em outras palavras, as mudança na legislação teve impacto sobre um número enorme de profissionais.

Recuperação de crédito

Seguindo a linha de raciocínio de que os momentos de crise econômica também reservam oportunidades aos advogados, podemos citar como exemplo disso a explosão de ações voltadas a recuperação de devedores. Com o crescimento da inadimplência, a recuperação de crédito por via judicial passou a ser vista como uma das únicas opções por muitas empresas para reaver recursos importantes.

Depois de acompanhar o post de hoje sobre como a economia do país afeta à advocacia, que tal conferir mais um conteúdo de nosso blog? Desta vez, falamos sobre marketing para advogados.