Devo me tornar sócio de um escritório de advocacia?

Devo me tornar sócio de um escritório de advocacia?

A possibilidade de se tornar sócio de um escritório de advocacia mexe com muitos advogados. A depender da banca de advocacia em questão, esse passo na carreira pode representar o início de um período de melhores ganhos e ascensão profissional.

Ao mesmo tempo, há de se destacar que nem sempre essa será a melhor opção. Uma sociedade de advogados, como qualquer empresa, precisa ser gerida de forma assertiva, o que costuma demandar competências que vão muito além daquelas exigidas para o exercício da advocacia e nem sempre o profissional estará apto para assumir esse tipo de atribuição.

Além disso,  o grupo de profissionais reunidos na sociedade deve contar com uma grande sintonia de objetivos entre si. Afinal, a gestão do negócio pode ser amplamente comprometida em casos de constante divergência.

No post de hoje, vamos nos aprofundar nessa discussão, apresentando o que o advogado deve levar em consideração para entender qual o melhor momento para se tornar sócio de um escritório de advocacia.

Sintonia de objetivos com os demais sócios

Como já apontado anteriormente, é muito importante haver sintonia entre os sócios de uma sociedade. Essa é a única forma de garantir que a organização tenha condições de ser conduzida de forma eficiente.

Tendo isso em vista, ao invés de um advogado se tornar sócio imediatamente, é interessante que ele vivencie um período significativo como advogado associado. Durante essa experiência, será possível compreender a cultura do escritório e as expectativa dos sócios em relação ao trabalho de um profissional que também pretende se tornar membro da sociedade.

Custos e lucros compartilhados

Muitos advogados enxergam em uma sociedade uma oportunidade para compartilhar custos de um escritório, como água, luz, telefone, aluguel e todas as demais despesas operacionais. No entanto, o estudo de viabilidade econômica dessa parceria também deve levar em consideração a capacidade de gerar receitas do empreendimento. Nesse cenário, cabe avaliar se a carteira de clientes a ser formada garante receitas suficientes para custear todas as despesas e, ainda, remunerar os sócios.

Critérios estabelecidos para remuneração

A propósito da remuneração dos sócios, também cabe ficar atento aos critérios estabelecidos. Para a distribuição de lucros, muitos escritórios levam em consideração princípios meritocráticos. Nesse caso, critérios como: quantidade de cotas sociais, tipo de função exercida, e captação de clientes podem servir como parâmetros.

Nunca aceite um vínculo informal

Quando um advogado pensa em se tornar sócio de um escritório ele deve ter em mente que nenhum contrato informal é seguro. Até mesmo em um vínculo celetista, como associado, é necessário que haja a formalização, o que envolve, além de contrato, um registro na seccional da OAB no estado onde o escritório está sediado.

Ao formar uma sociedade ou ingressar em uma já existente, o contrato social deve especificar a personalidade jurídica da organização. Quanto a isso, vale destacar que segundo Código de Processo Civil:

“(…) o sócio responde subsidiária e ilimitadamente à sociedade pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possa incorrer.”

Como você pôde acompanhar no post de hoje, são muitas as questões que merecem ser avaliadas na hora de se tornar sócio de um escritório de advocacia. A priori, é interessante que o profissional vivencie a experiência de advogar para uma banca já constituída, de modo a adquirir alguma experiência e começar a lidar com questões que envolvem o gerenciamento do negócio. Essa seria a trajetória mais segura a ser seguida.

E agora que você já sabe qual a melhor hora para se tornar sócio do escritório, que tal conferir mais um conteúdo de nosso blog. Dessa vez, falamos das Virtudes que um sócio de escritório deve ter.